Sobre Poesia e Dinheiro
“Poesia não dá dinheiro.”
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É. As reticências acima são para você pensar. Eu ainda estou pensando.
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Não sou eu que afirmo isso. É a tendência do mercado editorial brasileiro. Já li, já escutei, já repeti – e escrevi essa frase, talvez, por não querer acreditar nela.
Analisando friamente, o que pode dar grana é romance, livro de contos, crônicas... Não poesia. A menos que você seja uma celebridade já consagrada e, de repente, apinhe um monte de palavras, atribua-lhes o gênero “poesia” e as publique em um livro – usando mais sua imagem e influência do que talento literário propriamente dito, isso é quase sempre um mito.
Outra coisa a se pensar: será que eu quero – apenas – ganhar dinheiro com a poesia? É certo que podemos e devemos ser remunerados por nosso trabalho (e escrever é um ofício como qualquer outro), mas daí pensar só no lucro literário... É decepcionante. O resultado será uma obra pré-fabricada, tendenciosa, contaminada pelo vil metal. Nem sei se quero isso. Princípio básico, gente: quem escreve, quer ser lido! Simples assim. Ser remunerado por isso, é conseqüência e justiça.
Tenho consciência de que existem autores – nem tão consagrados – que tem público para suas poesias. E desejo que eles se multipliquem. Mas eles são as belas exceções. Deus os proteja da má mídia. Aqui, falo das regras. Nem tão boas assim. Mas não quero estar certo ou errado. Esse texto está mais para um desabafo, que para pretensões literárias. Obrigado por me ler-escutar. Refletir e contribuir para a difusão de nossa literatura, um objetivo nobre. Meu país agradece.
Ah! Mas felicidade também não dá dinheiro.
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E eu quero ser feliz do mesmo jeito...
(Guilherme Ramos, 30/05/2013, 12h47.)
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